CSI

FCT 2022.04416.PTDC
Coordenação:

E. Delgado-Mena (PI)

J. Gomes da Silva (Co-PI)

Financiamento:

Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)

Apesar do conhecimento substancial que foi adquirido nos últimos anos, ainda há muitas questões em aberto no ramo de exoplanetas e em particular para os sistemas planetários em órbita de anãs vermelhas e estrelas massivas, os alvos deste projeto. Quais as propriedades da arquitetura planetária em estrelas de diferentes massas e estados de evolução? Será comum a existência de planetas gigantes em órbita de estrelas de massa reduzida como as anãs vermelhas? Conseguiremos detectar planetas em órbita das anãs vermelhas mais ativas? Qual será a maior massa possível para uma estrela formar planetas? Tenderão as estrelas mais massivas a formar planetas de massa mais elevada? Será que a metalicidade tem um papel na formação de planetas em estrelas tão massivas?
Conseguiremos detectar esses planetas?

Para se conseguir resolver estas questões uma análise exaustiva da variabilidade estelar terá de ser levada a cabo. Com o aparecimento de espectrógrafos no infra-vermelho próximo (IVP) de alta resolução temos agora uma oportunidade única de melhor compreender os sinais de velocidades radiais (VR) causados pela atividade e pulsações estelares.

Neste projeto propomos aproveitar o nosso acesso privilegiado aos dados do Tempo de Observação Garantido (TOG) do espectrógrafo NIRPS para estudar a variação estelar de dois grupos interessantes de estrelas, anãs vermelhas e estrelas massivas gigantes frias. Estas estrelas são alvos excelentes para espectroscopia no IVP devido ao seu maior fluxo em comprimentos de onda mais elevados. Espectros e VR obtidos no IVP serão comparados ao seu equivalente no ótico obtidos simultaneamente com o HARPS e ajudarão a estabelecer quais serão os melhores indicadores de atividade no IVP e para que tipos de estrelas. Com os resultados deste projeto iremos estar numa melhor posição para confirmar sinais planetários que detectamos previamente e responder a algumas das questões referidas acima.

A nossa equipa tem uma vasta experiência na procura e caracterização de planetas e desenvolveu várias ferramentas que irão ser usadas e melhoradas neste projeto. O objetivo deste projeto será então testar novas técnicas e explorar a fiabilidade de diferentes métodos usando espectros de estrelas observadas pelo TOG do NIRPS. Em particular, iremos procurar novos indicadores de atividade no IVP e explorar novas formas de modelar atividade estelar nestes comprimentos de onda para melhorar a deteção e caracterização de planetas em estrelas frias, de massa reduzida e massivas. A análise levada a cabo e os resultados deste projeto, em particular a ferramenta para calcular automaticamente índices de atividade no IVP, serão muito úteis não só para o NIRPS, mas também para outras
pesquisas contemporâneas e futuras de planetas no IVP.